quinta-feira, 11 de julho de 2013

Herói silencioso, Guilherme esteve perto de deixar Atlético-MG e foi bancado por Cuca e presidente



"Um minutinho".

Foi esse o sinal que Guilherme fez ao fim do jogo de ontem, ao passar pela zona mista do estádio Independência e ser abordado pelos repórteres para entrevista.

O meia-atacante entrou no vestiário e não voltou mais.

Autor do segundo gol do Atlético-MG na vitória por 2 a 0 sobre o Newell's Old Boys, nesta quarta-feira, que assegurou a ida da decisão para os pênaltis e a vaga posterior na final da Libertadores, Guilherme é o herói silencioso do Horto.

Contratado em março de 2011 por seis milhões de euros (R$ 14 milhões na época) ao Dínamo Kiev, o jogador de 24 anos viveu nesta quarta-feira o seu momento mais importante desde a sua chegada à Cidade do Galo. Reservado, ele nunca foi unanimidade entre a torcida, mas pôde dar a sua resposta aos 50 minutos do segundo tempo.

Para o técnico Cuca, o seu comportamento introvertido pode tê-lo atrapalhado na adaptação ao clube. O objetivo é fazê-lo se soltar mais a partir de agora.

"O futebol é assim. O Guilherme é criticado e pode entrar na história do time como autor de um gols mais importantes. Assim se faz história e foi com o Adriano Gabiru no Inter (no Mundial interclubes de 2006)", disse.

"Ele é frio, inteligente e o torcedor tem que entender se ele erra muito é porque as bolas dele não são comuns, são sempre na diagonal, em direção ao gol. Dessas, você acerta uma de três. E aquela que acertar vai no gol. Às vezes, ele é muito cobrado, calado demais, mas acho que agora vai se liberar mais", completou.

Guilherme teve em Cuca um ponto de apoio para deixar a má fase e recuperar o bom futebol. Quando atravessava um momento complicado, em março, o comandante alvinegro o banco e revelou o problema pessoal que o atleta enfrentava.

"Ele está passando por um momento dificílimo, de uma enfermidade com uma filha que está na UTI, mas mesmo assim ele não deixa de se dedicar. E isso tudo tem que ser levado em consideração", ressaltou na ocasião.

O próprio Guilherme admitiu na oportunidade ter dificuldade para separar o pessoal do profissional. O meia-atacante vinha de sete meses sem marcar um gol.

Em parte, culpava além das lesões o fato de vir atuando numa posição diferente da que estava acostumado, o que levou o seu empresário posteriormente a criticar a situação publicamente e pedir a sua transferência. Mais uma vez, Cuca teve de entrar em campo e convencê-lo de que era importante fazer mais de uma função no gramado.

E foi assim, como meia, vindo de trás, que a estrela da classificação do Atlético-MG marcou o gol decisivo nesta quarta-feira.

Trazido como presente de aniversário de 103 anos do clube, Guilherme sempre contou com a proteção de Alexandre Kalil. Já foi chamado de jogador do presidente. Hoje é o craque da massa alvinegra. O salvador da pátria atleticana. O herói silencioso.

FONTE: ESPN

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