quarta-feira, 23 de abril de 2014

Por que Real Madrid e Bayern farão a semifinal do bom futebol, muito mais do que Atlético x Chelsea


Nos minutos finais da primeira semifinal de Champions League de Pep Guardiola (2009, Chelsea 1 x 1 Barcelona), o técnico do Barça pediu a Piqué para jogar no ataque. Abriu mão de um beque, ganhou um homem alto para tentar o gol a qualquer custo. A esta altura, o Barcelona perdia por 1x0 e como havia empatado por 0x0 no Camp Nou precisava de um gol. Yaya Touré era o zagueiro, embora meio-campista de formação. Atacava. Piqué foi para a grande área. Digamos que o chutaço de Iniesta no último instante tenha sido um prêmio à ofensividade.

Claro, você também pode se lembrar de que aquela foi a semifinal do árbitro norueguês Tim Ovrebo. Até hoje, o Chelsea reclama quatro pênaltis não marcados (um, sim).

Outra das semifinais marcantes dos últimos anos foi a do massacre imposto pelo Milan, de Carlo Ancelotti, ao Manchester United. Depois de perder fora de casa por 3 x 2, o Milan impôs 30 minutos de marcação por pressão insistente. Fez 2x0 com Kaká e Seedorf em 29 minutos e consolidou o resultado com Gilardino, na segunda etapa.

Não há comparação entre Atlético x Chelsea e Real x Bayern. Uma das diferenças desta quarta-feira é o repertório dos dois times. O Real Madrid faz 25% de seus gols em contra-ataques, mas tem variedade. Treze pelo meio, 10 pela direita, 8 pela esquerda, pouco uso de bola parada. O Bayern não tem contra-ataque (só três gols, 12%). A bola parada é mais forte (20%), mas os gols nascem mesmo da excessiva troca de passes. Os times de Guardiola sempre buscam o ataque. O atual de Ancelotti também gosta disso. Entre os semifinalistas, são os que fazem mais gols.

Não que Mourinho não saiba fazer o mesmo. Já mostrou outras vezes que sim, mas são cada vez mais fortes as lembranças de jogos em que ele se retrancou para vencer, como no Barcelona 1x0 Internazionale, semifinal de 2010. Semifinais em que tentou jogar, como o 1x4 Borussia Dortmund, dessas é mais difícil guardar recordações.

Em 2012, o Real Madrid de Mourinho atacou o Bayern, tanto em Munique quanto no Bernabéu. Perdeu 2 x 1 fora, venceu 2 x 1 em Madri, caiu nos pênaltis, com cobranças equivocadas de Kaká, Cristiano Ronaldo e Sergio Ramos. O Real Madrid tinha e tem mais jogadores decisivos do que o atual Chelsea, razão pela qual Mourinho se retrancou no Calderón.

Há mais repertório dos times, há vocação ofensiva dos dois lados e craques, mais craques. Cristiano Ronaldo, Robben, Thomas Muller, Bale, Modric, Schweinsteiger, Xabi Alonso, Phillip Lahm... Por tudo isso, Real Madrid x Bayer vai ser um jogaço! Diferente do 0x0 insosso da terça-feira no Vicente Calderón.

POR ONDE ATACAM REAL MADRID E BAYERN

ROBBEN (10 VERMELHO) - Atrás de Di Maria, é o homem das entrelinhas. Não joga como centroavante, mas faz o papel de Messi no Barcelona. Atrás dos volantes, o zagueiro não sabe se vai atrás dele, nem o lateral-esquerdo. Se Di Maria ou Xabi Alonso saírem da posição para ajudar a marcá-lo, Lahm e Schweinsteiger jogam. O desenho abaixo mostra Marcelo, mas a dura missão será de Fabio Coentrao.

LATERAIS ARMADORES - Rafinha (13) e principalmente Alaba (27) saem das laterais para armar jogadas. Isso vai atrapalhar a marcação do Real Madrid.

O MAIS AGUDO - Ribéry como ponta entra no espaço deixado por Thomas Muller, quando não atua como centroavante típico. O mais agudo.

CRISTIANO RONALDO - Já são 14 gols na Liga dos Campeões. É o símbolo do contra-ataque mais eficaz da Champions League. O Real Madrid marcou 32 gols, 8 deles (25%) em contra-ataques.

MODRIC (19) x TONI KROOS (39) - Um vai marcar o outro na maior parte do tempo. O meia croata é o principal organizador quando o Real Madrid tem a posse de bola. O time de Ancelotti é o quinto nesse ranking da posesión (55%). O Bayern é o primeiro (69%).

O desenho provável de Real Madrid x Bayern: mais craques e mais futebol

FONTE: ESPN

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