domingo, 7 de outubro de 2012

Real Madrid tenta impedir feito histórico do Barcelona e 'dar graça' ao campeonato



Pela terceira vez nesta temporada, a Espanha irá parar em razão de um Superclássico. Desta vez, o jogo é válido pelo Campeonato Nacional, no qual Barcelona e Real Madrid vivem situações distintas. Enquanto o Barcelona tenta fazer história, o Real Madrid tenta dar a vida a uma competição que parece já estar encaminhada.
Com seis vitórias até aqui, o time catalão tem 100% de aproveitamento em La Liga, o que já a fez igualar o seu melhor início na história pela competição. O clube catalão já tinha conseguido tal desempenho em 1929/30, comandado por James Bellamy; 1990/91, com Cruyff; 1997/98, com Van Gaal; e 2009/10, com Guardiola - só na primeira dessas não foi campeão. 

Agora, diante do maior rival, e com um técnico novato, o clube azul-grená tenta alcançar o seu maior desempenho na história e ficar ainda mais tranquilo na ponta da tabela.

No Real Madrid, por sua vez, a realidade é outra. A equipe teve um péssimo início no Espanhol, no que foi o pior começo de temporada do treinador José Mourinho em toda a carreira dele, e viu os catalães abrirem vantagem na liderança. Hoje são oito pontos que separam as duas equipes.

A distância é ainda mais preocupante para os madrilenhos se considerar que o time nunca conseguiu tirar uma desvantagem de seis pontos no Espanhol e conseguir ser campeão. Uma eventual derrota para o rival faria a diferença aumentar para 11 e deixaria a situação dos merengues bastante complicadas logo depois de apenas sete rodadas.

Apesar da condição desfavorável na tabela, a equipe branca chega embalada para o confronto. Afinal, superou as ‘crises internas’ do começo da temporada e vem apresentando um bom desempenho nos últimos jogos – venceu os últimos quatro jogos, sendo duas goleadas nos mais recentes.
Se na partida contra o Granada, Cristiano Ronaldo expôs publicamente ter uma tristeza, esta parece já ser algo do passado. Afinal, não se fala mais nos motivos da chateação do português ou em hipotéticos destinos para ele, mas, sim, nos gols que tem feito. Foram oito bolas na rede nos últimos quatro jogos.

Na sequência, veio a polêmica entre Sergio Ramos e Mourinho. O defensor havia sido barrado na partida com o Manchester City, pela primeira rodada da fase de grupos da Champions League. Segundo a imprensa espanhola, o jogador teria sido um dos mais exaltados em uma discussão no vestiário do Real Madrid, reclamando até da pré-temporada realizada nos Estados Unidos.

Depois de retornar à equipe, nova suposta polêmica entre o treinador e o jogador voltou a ocorrer, na goleada dos madrilenhos sobre o Deportivo la Coruña por 5 a 1, no último domingo.

De acordo com o jornal Marca, o defensor usou durante todo o segundo tempo da goleada sobre o Deportivo La Coruña, no domingo, uma camisa de Özil por baixo de seu uniforme. Segundo a publicação, o jogador pretendia homenagear o alemão que acabara de ser substituído após levar uma bronca do comandante. O Marca apontou que a intenção de Sergio Ramos era confrontar o treinador em público com uma homenagem ao alemão.

Sergio Ramos tratou de pôr panos quentes na polêmica sobre seu relacionamento com José Mourinho para o grupo do Real Madrid. Segundo informações do próprio jornal espanhol, o jogador se reuniu com a comissão técnica e companheiros na Holanda, onde a equipe enfrentou o Ajax, e reiterou não ter problemas com o treinador. Depois do último jogo da equipe, diante justamente da equipe holandesa, o defensor foi elogiado pelo treinador.

Quem também viu sua situação melhor no clube recentemente foi o brasileiro Kaká. Após ficar encostado durante o início da temporada, o meia ganhou vida nova no time ao marcar três gols na vitória por 8 a 0 no amistoso com o Millionarios, da Colômbia. Na sequência, o brasileiro apareceu bem nos dois jogos seguintes, os primeiros oficiais que ele fez em 2012/2013, e chegou a ser pedido, pela torcida, entre os titulares para o Superclássico. A tendência é que o camisa 8 não seja titular, mas tem boas chances de participar no decorrer do jogo.

Já do lado do Barcelona, a equipe também vem em boa fase. Isso porque venceu suas últimas seis partidas e, até agora, só não triunfou em um jogo. Na volta da Supercopa da Espanha, perdeu para o Real Madrid por 2 a 1 e ficou sem o título.

No entanto, o time catalão tem motivos para lamentar no clássico. O grande preocupação dos azul-grenás está na zaga, já que poderá entrar em campo com o setor totalmente improvisado.

Gerard Piqué machucara o pé esquerdo no dia 19 de setembro, no jogo diante do Spartak Moscou, pela primeira rodada da Champions League, e o departamento médico do Barcelona havia colocado um prazo de duas a três semanas para o jogador voltar. Na última terça-feira, após o duelo do Barcelona com o Benfica, o treinador Tito Vilanova chegou a declarar que não contava com o zagueiro para o duelo com o Real Madrid. O defensor até treinou no sábado junto aos companheiros, mas é dúvida para o clássico.

Se Piqué tem chances de jogar, a situação de Carles Puyol é oposta. O capitão do time, que voltava à equipe na partida com o Benfica depois de duas semanas fora por machucar o joelho esquerdo, sofreu uma luxação no cotovelo esquerdo ao sofrer uma queda e ficará dois meses fora. Assim, a ideia seria improvisar os volantes Javier Mascherano e Alexandre Song no miolo de zaga. Outra opção seria colocar canteranos, como o caso de Marc Bartra.

‘Catalunha x Espanha’

Conhecido também pelo caráter político que tem, o clássico parece estar envolvido por um sentimento nacionalista ainda mais aflorado. Um exemplo disso é que a torcida do Barcelona está preparando um mosaico com as cores da Catalunha para cobrir todos os lugares do estádio na partida.

O mosaico terá a bandeira catalã e o escrito “Barça” em um dos lados das arquibancadas. Serão, ao todo, 98 mil cartolinas vermelha e amarela que serão erguidas pelos torcedores quando os dois times entrarem em campo.

A manifestação no estádio servirá também para endossar os protestos que têm acontecido na Catalunha pedindo a criação de um Estado independente da Espanha. A própria Assembleia Nacional Catalã, que se reuniu na terça-feira, fez um pedido aos torcedores barcelonistas para irem ao jogo levando bandeiras da independência para que “se transmita ao mundo a vontade dos catalães de terem seu próprio governo”.

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